quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Tudo novo de novo

Vamos começar
Colocando um ponto final
Pelo menos já é um sinal
De que tudo na vida tem fim

Vamos acordar
Hoje tem um sol diferente no céu
Gargalhando no seu carrossel
Gritando nada é tão triste assim

É tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos

Vamos celebrar
Nossa própria maneira de ser
Essa luz que acabou de nascer
Quando aquela de trás apagou

E vamos terminar
Inventando uma nova canção
Nem que seja uma outra versão
Pra tentar entender que acabou

by:Paulinho Moska

sábado, 4 de dezembro de 2010

O toque

Estou de olhos fechados.
Sinto a mão dela a percorrer-me o cabelo, a tocar-me a nuca, quase a avaliar as
irregularidades da minha face....
Sinto que estou a ser descoberto. Que, de olhos fechados, me toca as sobrancelhas, a orelha, o nariz, a testa e novamente o cabelo.
Estou de lado, igualmente de olhos fechados, pura e simplesmente a sentir este arrepio, a usufruir o momento, a deixar-me levar...e a gostar, a amar, a adorar.
Sinto que devo devolver.
Inicio com a minha mão o toque nos seus cabelos, começo a passar suave e gentilmente os dedos pela sua orelha, descaio para a testa e entre os olhos, aqui ainda mais ao de leve...
Abro os meus olhos suavemente.
Verifico que estou a ser observado. Não sei à quanto tempo, mas os olhos dela são de um amor verdadeiro, de quem provavelmente me sente perto mas que ainda não sabe dizer o que sente de outra forma...com este momento não é mesmo necessário...
Ela, no seu estado de quase dormência absoluta, continua a acariciar-me e, do nada, sem que nada o fizesse prever, quebra o silêncio e diz baixinho:
- Gosto muito de ti papá!
Fechou os olhos. Sei que vai dormir descansada!
Sentir-mo-nos ser tocados é bom. Mas tocados cá dentro é tão melhor...